Ao longo dos últimos anos a produção mundial da cortiça tem vindo a diminuir quer em quantidade, quer em qualidade. As más práticas de gestão, o incremento dos ataques por agentes bióticos e abióticos e as alterações climáticas são os principais responsáveis pela perda de vitalidade dos sobreiros (Quercus suber). A este cenário soma-se, então, a morosidade da colheita, característica natural deste tipo de plantação, que leva cerca de 25 anos até permitir a extração de matéria-prima com as propriedades necessárias para ser considerada rentável. Um panorama problemático para o setor, para a economia e para o património natural português, que o projeto de investigação REGACORK decidiu encarar como uma oportunidade.
O REGACORK, conta com o importante apoio de várias herdades, sociedades agrícolas e institutos de investigação e conservação, monitoriza atualmente uma dezena de áreas de experimentação. Localizadas maioritariamente na região do Alentejo, cinco dessas áreas servem para ensaios piloto e outras tantas para plantações de produção comercial com fins lucrativos. Além da coordenação, a Amorim Florestal tem também um papel fundamental no que toca à investigação e monotorização. Na verdade, nos laboratórios da Amorim Florestal são realizadas as análises anuais às instalações de sobreiros em fertirrega. Modus operandi que permite acompanhar a produção de cortiça em cada sobreiro individualmente em calibre e qualidade.
O grande objetivo do Grupo Operacional REGACORK, projeto coordenado pela Amorim Florestal e pela Universidade de Évora, é valorizar a fileira da cortiça desde os produtores aos transformadores antecipando a produção de cortiça, favorecendo o crescimento dos sobreiros em povoamentos de produção intensiva e promovendo a sua vitalidade ao mitigar eventos de stress hídrico.
Este projeto tem quatro objetivos específicos:
Como resultado final do REGACORK pretende-se:
Todavia, e como seria expectável, o REGACORK também pretende melhorar consideravelmente os níveis de rentabilidade do setor da cortiça e, ao mesmo tempo, incrementar a resposta do mercado corticeiro à procura de matéria-prima a médio prazo, aumentando a disponibilidade de cortiça amadia, cortiça de qualidade mais elevada que reúne as características necessárias para a produção de rolhas e que ronda as 220 mil toneladas/ano. Para obtermos a produção mundial de cortiça, a este valor devemos adicionar as cerca de 100 mil toneladas de cortiça proveniente de podas, desbastes e intervenções sanitárias nos povoamentos de sobreiro.