Exportações de rolhas de cortiça natural registam as taxas de crescimento mais elevadas.
A Associação Portuguesa da Cortiça, APCOR, acaba de publicar o seu anuário 2018/19, repleto de factos e números sobre o setor da cortiça.
O documento destaca o aumento do volume de negócios do setor, em que o principal motor de crescimento tem sido as rolhas de cortiça, com as rolhas de cortiça natural a registar a taxa de aumento mais acentuada - 7,5% da taxa de crescimento anual composta (CAGR) desde 2012.
O anuário sublinha igualmente as imbatíveis credenciais de sustentabilidade da cortiça, incluindo o valor do montado de sobro enquanto sistema ecológico único e os controlos ambientais rigorosos implementados em toda a cadeia de valor da cortiça.
A indústria da cortiça é um dos setores mais internacionais de Portugal, exportando mais de 90% da sua produção. Ultrapassou o marco histórico de mil milhões de euros de exportações em 2018.
Para continuar a consolidar esse crescimento, a APCOR prevê a necessidade de “mais e melhor cortiça, melhores montados de sobro, novas técnicas de gestão e a ênfase em novas geografias para o desenvolvimento do montado de sobro”.
A indústria da cortiça é um exemplo paradigmático da interligação entre a economia circular e a bioeconomia - dois dos elementos-chave da Estratégia da Indústria 2030 da Comissão Europeia.
As principais estatísticas do anuário incluem os seguintes dados:
O anuário destaca a importância da indústria vinícola para o setor da cortiça, que contribui com 72% para a produção de cortiça (43,45% para rolhas de cortiça natural e 28,61% para outros tipos de rolhas de cortiça), seguido pelo setor da construção, com 25%.
O valor das exportações portuguesas de cortiça aumentou 41% desde 2009, aumentando de 698,3 milhões de euros em 2009 para 986,3 milhões de euros em 2017.
O aumento da procura mundial de rolhas de cortiça constitui o principal motor deste crescimento.
O valor das exportações portuguesas de rolhas de cortiça aumentou 25% entre 2012 e 2017 - de 568,3 milhões de euros para 710,7 milhões de euros, equivalente a uma taxa de crescimento anual composta de 4,6%.
O crescimento mais forte foi registado nas rolhas de cortiça natural, que aumentou 43% entre 2012 e 2017 - de 298,7 milhões de euros para 428,6 milhões de euros, equivalente a 7,5% da taxa de crescimento anual composta.
Outros segmentos da indústria da cortiça beneficiaram de um crescimento mais modesto das exportações.
Em 2018, as exportações de cortiça portuguesa continuaram a aumentar e a acumular valor - com 6,5% de crescimento em termos de valor e 3% em termos de quantidade no primeiro semestre do ano.
A cortiça é um elemento essencial das exportações portuguesas para países produtores de vinho, representando 20,5% do total das exportações portuguesas para a Argentina, 20% para o Chile, 14,4% para a Austrália, 6,7% para o México e 5,9% para os EUA.
Os principais mercados de exportação para a cortiça portuguesa são os principais países produtores de vinho - França (18,9% do total das exportações de cortiça; 186,3 milhões de euros), EUA (17,1% ; 168,7 milhões de euros), Espanha (13,2%; 130,5 milhões de euros), Itália (10%; 99,1 milhões de euros) e Alemanha (7,4%; 73,3 milhões de euros).
Os principais importadores de rolhas de cortiça natural são a França, 107,7 milhões de euros, seguida pelos EUA, 92,3 milhões de euros. A França também surge no topo em termos de consumo de rolhas de espumante, com 32,6 milhões de euros, seguida pela Itália, com 31,8 milhões de euros.
O potencial de crescimento futuro para as rolhas de cortiça continua a ser positivo devido à tendência ascendente das vendas mundiais de vinho, em particular em mercados de rápido crescimento, como a China e os EUA.